terça-feira, 6 de novembro de 2012

Chevrolet ONIX



Nesse ano histórico de grandes lançamentos e, principalmente, de novos fabricantes estreando no segmento de hatches compactos, o mais importante do mercado brasileiro, o Chevrolet Onix, de fato, se destaca por, digamos, o conjunto da obra. Comparado ao Hyundai HB20 e ao Toyota Etios, outras novidades de impacto, não é mais bonito que o Hyundai, mas as linhas são bastante atraentes. Não é o mais aerodinâmico (Cx 0,35), porém ganha no espaço interno pela maior distância entre eixos (2,52 m) e largura (1,70 m).
Trata-se do verdadeiro sucessor do Celta como carro-chefe da marca, embora este continue em produção mesmo depois de 2014, quando receberá airbags e freios ABS por obrigação legal. A fábrica prevê vendas médias de 12 mil unidades/mês, em 2013, cerca de 40% além do veterano que acabou de completar 12 anos de mercado com poucas alterações. A versão sedã deste, o Prisma, não é mais fabricada em Gravataí (RS) e terá o Onix sedã como herdeiro. Difícil ficou a sobrevivência do Agile.
Derivado da plataforma mundial GSV, o Onix é 3 cm mais estreito e 11 cm mais curto que o Sonic hatch. Mas não herdou dele a coluna de direção com regulagem de distância. O porta-malas menor (265 l contra 280 l) do modelo mexicano deixou mais espaço para pernas no banco traseiro que o brasileiro. O quadro de instrumentos do Onix exibe simplicidade agradável, enquanto o interior é muito bem-cuidado.
Interessante a tela tátil multimídia de 7 pol, MyLink (acrescenta R$ 1.200,00, a partir do segundo catálogo). Não possui GPS, mas pode importar de um celular inteligente o aplicativo de navegação BringGo, que custará R$ 100. Preço do Onix é competitivo: R$ 29.990 (motor de 1 litro) com ABS e airbag e vai a R$ 41.990,00 (motor 1,4 litro). Câmbio automático de seis marchas, único entre os compactos, chega em seis meses.
Uma das surpresas os engenheiros conseguiram com os motores. Em resposta às críticas de tecnologias de reco-reco usadas no Brasil, o de 1 litro alcança nada menos de 80 cv (etanol) com oito válvulas e comando simples. Potência igual em relação à sofisticada unidade de duplo comando variável e multiválvulas do HB20, que tem apenas mais 4% de torque. Motor de 1,4 l/106 cv (etanol) entrega mais potência e mesmo torque que o também elaborado e de maior cilindrada do Etios, de 1,5 l.

Inadmissível a GM continuar sonegando dados de consumo de combustível. Birra sem sentido em relação às regras, iguais para todos, do Programa Brasileiro de Etiquetagem, que já agrega 19 fabricantes. Informa, apenas, que os motores ficaram até 6% mais econômicos em relação aos antigos. Sem a transparência dos índices, de pouco vale.
Boa a posição ao volante. Fácil regular a distância do banco por uma barra de um extremo ao outro do assento. O carro mostra-se acertado em curvas, mais para macio do que duro, tem câmbio de engates precisos e desempenho superior à média do segmento para uma massa total entre 1.012 kg e 1.067 kg. Surpreende o conforto acústico pelo isolamento triplo das portas.
Visibilidade traseira pelo espelho interno é deficiente. Abertura do porta-malas pode ser remota, por botão na chave, mas esta tem que estar fora do local da ignição. Porta-luvas pequeno, porém há vários porta-objetos, inclusive tiras de fixação no console de túnel.





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